Marcas devem se preparar para a chegada do 'TikTok Shop' (Foto: pikisuperstar/Freepik)

A plataforma de vendas TikTok Shop, já presente em outros mercados internacionais, tem lançamento previsto para o Brasil em maio de 2025. A expectativa é de que a ferramenta impacte significativamente o e-commerce nacional. De acordo com dados da Statista, a plataforma movimentou aproximadamente US$ 33 bilhões em 2024 no mundo.

Com o Brasil entre os países com maior audiência em redes sociais e alta taxa de consumo no varejo digital, especialistas apontam que a união dessas características pode fazer do TikTok Shop um dos principais canais de vendas no país.

Henrique Troitinho, CEO da Score Media, agência de marketing digital especializada em brandformance, afirma que o potencial da plataforma no Brasil é elevado. “O Brasil possui uma das maiores audiências em redes sociais do mundo e, ao mesmo tempo, é um dos países que mais consome no varejo online. O TikTok Shop será a junção de duas coisas que os brasileiros fazem com frequência, consumir conteúdo e comprar pela internet. É possível que essa novidade se torne um dos principais canais de vendas por aqui”, comenta.

Integração de operações será fator decisivo

Segundo Troitinho, o sucesso das marcas no TikTok Shop depende de um planejamento detalhado. Apenas abrir uma loja na plataforma não será suficiente. Será necessário integrar os pedidos e produtos com sistemas de controle de estoque, realizar curadoria de influenciadores, estabelecer modelos de comissionamento, além de investir em conteúdo e anúncios.

“O espaço será extremamente competitivo. Quem não se preparar em todas as frentes ficará para trás”, destaca o CEO.

A recomendação é que as marcas contem com integração entre os departamentos de tecnologia, marketing e vendas. Essa articulação será essencial para ajustar estratégias e garantir fluidez nos processos operacionais.

Conteúdo será o motor das vendas no ‘TikTok Shop’

A produção de vídeos será uma ferramenta indispensável para gerar engajamento e vendas na nova plataforma. O conteúdo funcionará como vitrine digital, combinando entretenimento e informações sobre os produtos.

“É preciso entender que a produção de conteúdo está diretamente ligada ao shop. É por meio dos vídeos e lives que os produtos ganham visibilidade, despertam interesse e geram desejo de compra”, explica Troitinho.

Segundo ele, conteúdos com linguagem alinhada ao público do TikTok, criativos e autênticos, têm mais chances de viralizar. A rapidez na criação e a capacidade de acompanhar as tendências da plataforma também influenciam os resultados.

Anúncios e mídia paga como impulso de vendas

Outra frente importante para as marcas será o uso de mídia paga. A dinâmica dos anúncios será semelhante à do Google Shopping, o que pode facilitar a adaptação de empresas que já atuam nesse modelo.

“Os anúncios de produtos no TikTok funcionam de maneira parecida com os anúncios do Google Shopping, portanto marcas que já trabalham com essa ferramenta devem se familiarizar rapidamente”, informa o especialista.

Além dos anúncios próprios, a estratégia pode incluir o impulsionamento de conteúdos criados por parceiros da marca. Essa técnica amplia o alcance e gera um ciclo de vendas alimentado pela própria comunidade do TikTok.

Cultura digital brasileira ainda em adaptação

Troitinho destaca que o mercado brasileiro ainda se adapta ao uso de vídeos ao vivo como canal de conversão. Em países como a China, o modelo já está consolidado. No Brasil, a cultura digital caminha nessa direção, mas o processo exige mudanças estruturais nas empresas.

“No mercado brasileiro há uma falta de familiaridade com o formato que o TikTok Shop apresenta, um receio de investir em algo novo. Nossa cultura digital ainda está se adaptando, por exemplo, ao uso de vídeos ao vivo como canal principal de conversão, algo que países como a China já tem como parte central da estratégia de e-commerce. É provável que os próximos anos sejam de transformação no mundo de vendas online, seguindo as tendências globais. As marcas não podem esperar para seguir esse fluxo”, finaliza.