Cultura oriental cresce no Brasil e movimenta consumo digital (Foto: Freepik)
Cultura oriental cresce no Brasil e movimenta consumo digital (Foto: Freepik)

O consumo de conteúdo asiático nas redes sociais e plataformas de vídeo tem se intensificado no Brasil. Segundo levantamento da plataforma Winnin, os doramas e K-dramas passaram a integrar o repertório cultural digital dos brasileiros, principalmente entre jovens de 18 a 25 anos. A empresa analisou os dados de produção e engajamento sobre o tema e destacou o crescimento dessa tendência nos últimos 12 meses.

Ao todo, foram produzidos cerca de 50 mil vídeos abordando a cultura oriental. Esses conteúdos geraram quase 12 milhões de visualizações e somaram 185 mil interações, revelando um alto nível de engajamento entre os brasileiros. Além disso, a audiência mostra um perfil majoritariamente feminino, com as mulheres representando 80% dos usuários impactados.

Audiência jovem e feminina lidera o engajamento

O estudo indicou que o público feminino, especialmente na faixa dos 18 aos 25 anos, lidera o consumo dos conteúdos sobre doramas e K-dramas. Já entre os homens, que compõem 20% da audiência, o maior interesse está entre os 34 e 44 anos. Isso aponta uma diferenciação de perfil que pode ser estratégica para marcas que pretendem se posicionar nesse universo.

Com base nesses dados, a Winnin identificou uma oportunidade para empresas que desejam se conectar com esse público. Gian Martinez, CEO e cofundador da empresa, afirma: “Na Winnin, identificamos uma excelente oportunidade para as marcas explorarem essa ascensão da cultura coreana, que se consolidou como um fenômeno entre os brasileiros.”

Cultura oriental ultrapassa o audiovisual

Embora o consumo de doramas e K-dramas seja o principal vetor do crescimento da cultura oriental no país, outros segmentos também registram aumento de interesse. Gastronomia, moda e estilo de vida aparecem como temas associados ao consumo de vídeos, com destaque para a culinária coreana.

Esse interesse abre espaço para que marcas de outros setores explorem a influência oriental em seus produtos e campanhas. A conexão entre o entretenimento e outros hábitos de consumo pode fortalecer estratégias de marketing direcionadas a esse público.

Produções coreanas dominam as visualizações

Entre os vídeos analisados pela Winnin, 56,6% tratam de conteúdos produzidos na Coreia do Sul. Além disso, 60% das interações também estão relacionadas a produções sul-coreanas. A preferência nacional se mantém alinhada com a relevância internacional da indústria cultural da Coreia do Sul, que tem investido de forma intensa na exportação de seus conteúdos.

O humor aparece como outro fator determinante no engajamento brasileiro. Aproximadamente 49,8% das visualizações analisadas são de vídeos que tratam os doramas de forma cômica ou satírica. Isso reforça uma tendência nacional de transformar conteúdos dramáticos em peças de entretenimento humorístico.

Brasil amplia o debate e começa a produzir conteúdo local

A pesquisa também identificou uma movimentação inicial no mercado nacional. Mesmo com baixa produção local de melodramas semelhantes aos doramas, algumas produtoras brasileiras começaram a se inspirar nesses formatos. A intenção é adaptar a estrutura narrativa e temática ao gosto do público nacional.

Além disso, o Brasil tem desempenhado um papel importante na disseminação de produções asiáticas nas redes sociais. Por meio de compartilhamentos, memes e vídeos de comentários, os brasileiros contribuem para a popularização desses conteúdos em outros países de língua portuguesa.

Investimentos internacionais reforçam tendência

O sucesso do gênero também impulsionou investimentos expressivos. Uma das maiores plataformas de streaming do mundo anunciou um aporte de US$2,5 bilhões em produções coreanas até 2027. A medida confirma a expansão global do setor e o posicionamento estratégico da Coreia do Sul no mercado audiovisual.

Esse cenário reafirma o potencial de crescimento da cultura oriental no Brasil e cria novas oportunidades para produtores, marcas e plataformas. A conexão entre o consumo digital e as preferências culturais seguirá moldando o comportamento do público brasileiro nos próximos anos.